Compras de medicamentos em Goiandira expõem descaso com casos graves e favorecimento de “panelinhas”**
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiandira anunciou em grupos fechados de WhatsApp a compra de mais de R$ 138 mil em medicamentos para abastecer a farmácia básica do município — R$ 56 mil em mais de 77 itens básicos e R$ 82 mil do chamado “componente municipal (excepcional)”.
Pela comunicação, tudo parece uma grande conquista. Palmas, discursos sobre compromisso com o SUS e elogios à gestão atual não faltaram. Mas na prática, a realidade que chega ao povo é bem diferente.
Enquanto a secretaria gasta cifras significativas em remédios que, na maioria das vezes, são de uso comum e deveriam estar disponíveis de forma contínua, moradores de Goiandira enfrentam a dura realidade de negação de medicamentos de alto custo, inclusive para um menino, uma criança, que teve um medicamento vital negado pela gestão. Isso mesmo: enquanto a prefeitura gasta e faz propaganda para agradar a base de apoio político, quem mais precisa fica sem nada.
E onde está o real compromisso com a vida das pessoas?
A gestão diz que está “comprometida com a dignidade e o funcionamento pleno dos serviços”. Mas dignidade é selecionar quem recebe apoio de acordo com simpatia política? É distribuir saúde pública por afinidade com a gestão? Enquanto se bate palma em grupinhos seletivos, quem sofre de verdade vai bater na porta da secretaria — e sai de mãos vazias.
É inaceitável que uma gestão pública esconda informações e só divulgue ações em “panelinhas” de WhatsApp, como se saúde fosse benefício pessoal e não direito garantido pela Constituição Federal.
Essa compra deveria sim incluir os remédios de alto custo. Essa compra deveria sim priorizar quem está lutando pela vida e não quem está aplaudindo político.
O povo de Goiandira precisa de uma gestão que pare de buscar ibope e comece a entregar justiça. Porque saúde pública não é palco para propaganda: é necessidade, é urgência, é direito.