Brasileiros que virão da China ‘não transitarão’ em Anápolis caso cidade seja escolhida para quarentena, diz prefeito

Brasileiros que virão da China ‘não transitarão’ em Anápolis caso cidade seja escolhida para quarentena, diz prefeito

Político explicou que grupo não deve sair da Base Aérea do Exército durante o isolamento. Eles estão na cidade de Wuhan, área de surto de coronavírus.


O Governo Federal estuda utilizar a Base Aérea de Anápolis, a 55 km da capital de Goiás, para desembarcar os brasileiros que virão em situação de quarentena de Wuhan, província chinesa onde surgiram os primeiros registros de infecção por coronavírus. O prefeito da cidade, Roberto Naves (PP), disse nesta segunda-feira (3) que a população não deve se preocupar caso a cidade seja a escolhida.


O político afirmou, durante coletiva de imprensa, que foi informado sobre a possibilidade pelo comandante da Base Aérea. Segundo ele, o Palácio do Planalto e o Ministério da Saúde colocaram Anápolis na lista de escolha por dois motivos: o aeroporto da Base Aérea tem baixa movimentação de pessoas e fica próximo ao Hospital de Base de Brasília, no Distrito Federal. Outra possibilidade é Florianópolis.


"Essas pessoas não estão doentes e por isso ficarão em quarentena. Caso apresentem os sintomas [da doença], não serão tratadas em Anápolis, não transitarão pela cidade e ficarão sob responsabilidade da Base Aérea", disse o prefeito.


O prefeito informou que uma reunião com o Governo Federal para obter mais detalhes da viagem desses brasileiros está marcada para terça-feira (4), a depender de horário na agenda do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e do presidente Jair Bolsonaro. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também participará do encontro, segundo Naves. O Ministério da Saúde informou que a escolha ficará a cargo do Ministério da Defesa.



Estado de emergência


O ministro explicou que vai assinar um ato para elevar para o nível 3 a classificação de risco em relação ao coronavírus. A mudança de patamar faz parte de um protocolo que possui uma escala com indicativos de 1 a 3. Em geral, o nível 3 só é ativado quando são confirmados casos transmitidos em solo nacional, porém o governo brasileiro abrirá uma exceção, já que não há casos confirmados.


Segundo o ministro da Saúde, a medida de reconhecer o estado de emergência na saúde pública tem "fins administrativos" como, por exemplo, viabilizar a repatriação de brasileiros.


“Vamos entrar em um nível 3 por um ato discricionário do ministro da Saúde, para poder dar as condições dos demais órgãos poderem fazer, por exemplo, como se faz um avião sair daqui e ir até a China e voltar, contratação. Como se monta, pessoas que vão ter que ser designadas para ficar em um ambiente que vai ser espaço de quarentena, equipamentos, enfim. Que é uma situação totalmente de atípica”, explicou Mandetta após participar de reunião com ministros no Planalto.

Veja os níveis:


Nível 1 - alerta

Nível 2 - perigo iminente

Nível 3 - emergência em saúde pública

Casos suspeitos

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 16 casos suspeitos, mas nenhum confirmado. Metade dos pacientes está em São Paulo. Há suspeitas também no Ceará (1), Paraná (1), Santa Catarina (2) e Rio Grande do Sul (4).

Segundo o ministro, foram identificados 55 brasileiros na região de Wuhan, dos quais 40 manifestaram interesse em retornar ao Brasil. Os números ainda não foram fechados.


Ao ser questionado sobre quando chegarão ao país os brasileiros que estão na cidade de Wuhan, Mandetta disse nesta segunda-feira que não gosta de "trabalhar com prazo".

Fonte g1/goias