JUSTIÇA PROÍBE “PASTOR MIRIM” DE PREGAR E DETERMINA RETORNO À ESCOLA EM MEIO A POLÊMICAS

JUSTIÇA PROÍBE “PASTOR MIRIM” DE PREGAR E DETERMINA RETORNO À ESCOLA EM MEIO A POLÊMICAS

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15 minutos

JUSTIÇA PROÍBE “PASTOR MIRIM” DE PREGAR E DETERMINA RETORNO À ESCOLA EM MEIO A POLÊMICAS

Conselho Tutelar de Carapicuíba, com apoio da Justiça e da liderança pastoral, suspende atividades públicas e digitais do jovem Miguel Oliveira. Menor também deverá retornar às aulas presenciais.

O Conselho Tutelar de Carapicuíba (SP), com respaldo da Justiça e da liderança religiosa envolvida, determinou a suspensão imediata das atividades religiosas do adolescente Miguel Oliveira, conhecido nacionalmente como “Pastor Mirim”. A decisão foi formalizada durante reunião com os pais do garoto, Érica e Marcelo Oliveira, e o pastor Marcinho Silva, responsável por sua condução espiritual.

Com isso, Miguel está proibido de pregar em igrejas, participar de eventos religiosos e publicar conteúdos nas redes sociais com teor espiritual. Todos os compromissos agendados foram cancelados por tempo indeterminado. Também foi ordenado que ele retome imediatamente as aulas presenciais, já que vinha estudando exclusivamente no formato remoto.

A medida foi motivada por uma sequência de polêmicas envolvendo o menor. Em especial, um vídeo em que Miguel aparece rasgando supostos laudos médicos em pleno culto e afirmando curas milagrosas de doenças como câncer e leucemia. “Eu rasgo o câncer, eu filtro o teu sangue e eu curo a leucemia”, declarou o jovem, aclamado por fiéis.

O conteúdo viralizou nas redes sociais e gerou forte repercussão negativa. Usuários acusaram a prática de manipular a fé do público e expor o menor de forma indevida. Comentários apontaram a ausência de embasamento teológico e o risco de exploração infantil com fins de visibilidade e lucro religioso. “Tão jovem e já aprendeu o caminho da enganação”, escreveu um internauta.

De acordo com o Conselho Tutelar, a intervenção tem como objetivo preservar os direitos da criança e garantir seu pleno desenvolvimento, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A exposição exagerada, dizem os conselheiros, compromete a formação emocional e educacional do menor.

Apesar do silêncio oficial da família após a decisão, o pastor responsável afirmou que acatará as determinações legais. A igreja à qual Miguel pertence, a Assembleia de Deus Ministério Avivamento Profético, também manifestou apoio às medidas.

O caso reacende o debate sobre os limites da fé na infância, o papel dos responsáveis na exposição de menores e os riscos do uso religioso como entretenimento e moeda digital.