A segunda entrevista de Allisson Peixoto: promessas recicladas e pouca entrega
Por Redação
No marco simbólico dos 100 primeiros dias do segundo mandato do prefeito Allisson Peixoto em Goiandira, a população esperava novidades, ações concretas e uma postura de liderança firme diante dos desafios enfrentados pela cidade. O que se viu, no entanto, foi mais uma entrevista recheada de discursos genéricos, elogios próprios e, como de costume, muita dependência de emendas parlamentares e parcerias estaduais.
Durante os 8 minutos de conversa no portal Notícias AP Catalão, o prefeito tentou pintar um retrato otimista da sua gestão. Falou sobre "realizações no social", "olhar para saúde e educação", destacou a esposa como peça-chave da assistência social e exaltou os aliados políticos como salvadores da administração. Nada além do que já havia sido dito — e repetido — inúmeras vezes ao longo do primeiro mandato.
Mas onde estão os números?
Apesar de mencionar ações realizadas em 114 dias, nenhum dado concreto foi apresentado. Quantas famílias foram atendidas na assistência social? Qual o impacto real das parcerias citadas? A construção das 30 casas e o início de outras 50 pelo programa estadual Custo Zero são iniciativas válidas, mas completamente vinculadas ao governo estadual. Ou seja, mérito do governador, não da gestão municipal.
Allisson fala em "transparência", mas se esquiva dos escândalos mencionando que já “acionou a polícia e o MP”, como se isso bastasse para dissipar a sombra de irregularidades que ronda a Prefeitura desde 2021. Transparência verdadeira não é só responder à Justiça — é informar o povo de forma clara e contínua, coisa que a atual gestão ainda deve.
A insistência no discurso da perseguição
Em vez de encarar críticas como parte do processo democrático, o prefeito continua a insistir na retórica de que a oposição faz “briguinhas”. Isso revela um problema mais profundo: a incapacidade de escutar a população e evoluir a partir das cobranças. O mandatário repete que responderá com “obras”, mas esquece que obras sem planejamento, fiscalização e participação popular são apenas concreto e tinta.
A pergunta que fica: por que dar uma segunda entrevista com tão pouco a dizer?
A resposta pode ser simples: marketing político. Com a proximidade de novas eleições municipais e a crescente insatisfação em alguns setores da cidade, a exposição midiática é estratégica. Mas entrevistas, quando vazias de conteúdo e recheadas de autoelogio, podem surtir o efeito contrário: afastar ainda mais a população do governo.
Análise final
O segundo mandato de Allisson Peixoto começa como terminou o primeiro: com muito discurso, pouca inovação e forte dependência de outros poderes para fazer o básico. Se a gestão realmente quer marcar uma nova fase, é hora de menos propaganda e mais ação, menos falas decoradas e mais enfrentamento real dos problemas estruturais que Goiandira enfrenta. O tempo de prometer já passou. Agora é hora de entregar.