Câmara de Goiandira aprova adequação do piso do magistério em sessão extraordinária

Câmara de Goiandira aprova adequação do piso do magistério em sessão extraordinária

Duração:
15 minutos

Câmara de Goiandira aprova adequação do piso do magistério em sessão extraordinária – só depois de pressão popular
 

Era para ser apenas mais um recesso tranquilo da Câmara Municipal de Goiandira, mas a paciência da população, como se sabe, não tira férias. Sob pressão de professores, empresas e cidadãos, os vereadores foram forçados a deixar a comodidade do descanso e realizar uma sessão extraordinária no último dia 17 de janeiro de 2025. O motivo? A aprovação do Projeto de Lei que adequa o piso salarial dos profissionais do magistério municipal.

Após semanas de questionamentos e cobranças, o legislativo finalmente aprovou por unanimidade o texto que fixa o piso salarial do magistério municipal em R$ 4.867,77, para uma carga horária de 40 horas semanais. A medida, que deveria ser uma prioridade, foi empurrada para o calendário do “quando der” e só ganhou urgência porque a pressão popular não deu trégua.

A lei e o que ela representa

O ajuste segue as diretrizes da Portaria nº 13/2024 do Ministério da Educação, que regula o Valor Mínimo por Aluno e atende à Lei Federal nº 11.738/2008, responsável pelo piso nacional do magistério. Além disso, o projeto modifica a Lei Municipal nº 1.051/2006, que rege os vencimentos do magistério local, para garantir que os professores de Goiandira não fiquem para trás no que já é uma conquista nacional.

Na prática, o texto aprovado garante que nenhum profissional do magistério municipal receba menos do que o novo valor definido. Parece simples, certo? Mas, em Goiandira, o simples muitas vezes se torna complicado – e, neste caso, precisou de cobrança coletiva para acontecer.

Sessão extraordinária: um ato tardio, mas necessário

Não dá para negar o óbvio: a Câmara só se movimentou porque foi empurrada. Professores, empresários e moradores questionaram abertamente o motivo da demora na aprovação do ajuste. Afinal, o Ministério da Educação já havia definido o novo piso no ano passado. Se não fosse o barulho da população, o assunto ainda estaria engavetado, esperando o fim do recesso dos vereadores.

A aprovação unânime não é um favor, mas uma obrigação. Não houve polêmica no mérito do projeto – todos sabiam que o ajuste era necessário e urgente. O que irritou a população foi a falta de iniciativa do legislativo em tratar o tema com a agilidade que ele merecia.

Valorização que começa no bolso, mas não termina aí

A adequação do piso salarial é, sim, uma vitória para os professores, mas é apenas o início de uma luta maior. Valorização do magistério vai além de um contracheque atualizado: passa por melhores condições de trabalho, por uma infraestrutura escolar decente e pelo respeito ao papel central que os educadores desempenham na sociedade.

Os professores de Goiandira, como tantos outros pelo país, enfrentam salas superlotadas, falta de materiais pedagógicos e, em muitos casos, a sensação de serem invisíveis. O novo piso é uma conquista, mas a caminhada por uma educação mais justa e digna continua.

E a lição para os vereadores?

Essa sessão extraordinária deixa uma mensagem clara: os vereadores precisam estar atentos às demandas da população, independentemente do calendário. Educação é prioridade – ou deveria ser. Professores não deveriam precisar bater à porta do legislativo para garantir direitos básicos.

Para a população de Goiandira, o recado é outro: a união faz a diferença. Se o piso foi ajustado, foi porque a comunidade cobrou e fez sua voz ser ouvida. Que esse exemplo inspire outras lutas por uma cidade mais justa, mais eficiente e mais humana.

Goiandira, assim como o Brasil, precisa aprender que democracia não é esperar; é agir. E, desta vez, a população mostrou que sabe fazer a lição de casa. A pergunta que fica é: será que os vereadores aprenderam a deles?