Carnaval de Goiandira 2025: O Carnaval da Hipocrisia?
A terceira noite do Carnaval de Goiandira está chegando, e com ela, a pergunta que não quer calar: afinal, existe regra ou cada um faz o que quer?
Nos primeiros dias, a prefeitura bateu no peito e anunciou com todas as letras: "Proibido garrafas! É para a segurança de todos!" Uma decisão acertada. Ninguém quer briga, acidente ou confusão por conta de cacos de vidro espalhados no chão. A regra foi clara: desobedeceu, perdeu a garrafa.
E assim foi… para alguns.
Enquanto foliões comuns tinham suas bebidas confiscadas sem conversa, cenas no meio da multidão mostravam outra realidade. Grupos bebendo livremente, caixas de bebida circulando, garrafas nas mãos e, curiosamente, ninguém da segurança aparecendo para recolher nada.
E quem eram essas pessoas? Adivinha. Gente ligada ao prefeito, organizadores do evento, membros da equipe de divulgação. Todos bem à vontade, brindando sem preocupação.
Ou seja, a regra vale para quem não tem amigos no poder. Se você é um cidadão comum, azar o seu. Agora, se faz parte do "grupinho certo", pode tudo. Carnaval sem lei? Não. Carnaval com duas leis: uma para o povo e outra para os protegidos.
Desde o início, os organizadores usaram a mesma frase como um mantra: “O Carnaval de Goiandira será um evento para toda a família.”
Mas basta dar um passo na avenida para perceber que a realidade não bate com o discurso.
Letras de músicas carregadas de palavrões. Danças que constrangem qualquer pessoa de bem. Até quem gosta de um carnaval mais animado tem que admitir: isso aí passou do limite.
Uma mãe, indignada, desabafou:
“Como posso ficar aqui com essa indecência?”
E o mais curioso? Situação idêntica aconteceu na gestão anterior. Mas, naquela época, o então prefeito Odemir Moreira interrompeu a festa e mandou parar a música na hora. A ordem dele foi clara: “O Carnaval de Goiandira é família!”
Agora, com essa nova gestão, parece que ninguém está nem aí.
Se nas primeiras noites já está assim, o que esperar das próximas? Vai ser mais um festival de privilégios e desorganização? Ou alguém finalmente vai tomar as rédeas da situação?
O que não dá mais para aceitar é um carnaval onde a regra vale para uns e não para outros. Onde a palavra "família" só aparece no discurso bonito, mas some na prática.
Se Goiandira quer ser lembrada pelo seu carnaval, precisa decidir que tipo de festa quer oferecer. Um evento para todos ou um baile exclusivo para os amigos do rei?