Goiandira gasta R$ 27 mil em um mês com caminhão Munck para troca de lâmpadas, enquanto Anhanguera

Goiandira gasta R$ 27 mil em um mês com caminhão Munck para troca de lâmpadas, enquanto Anhanguera

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15 minutos

Goiandira gasta R$ 27 mil em um mês com caminhão Munck para troca de lâmpadas, enquanto Anhanguera paga R$ 16 mil por um ano inteiro

Goiandira (GO) — Uma nova controvérsia envolvendo os gastos públicos da Prefeitura de Goiandira tem causado inquietação entre vereadores e moradores da cidade. Desta vez, o foco está no valor pago pela administração municipal pelo uso de um caminhão Munck, supostamente utilizado para serviços de troca de lâmpadas no mês de março. Segundo dados obtidos por fontes ligadas à gestão, a despesa chegou a R$ 27 mil em apenas 30 dias de serviço.

O valor elevado chama ainda mais atenção quando comparado com a realidade de outros municípios goianos. Na cidade de Anhanguera, por exemplo, a Prefeitura alugou um caminhão Munck por um ano inteiro ao custo de R$ 16.200 — o equivalente a apenas R$ 1.350 por mês, ou seja, menos de 5% do que foi pago por Goiandira no mesmo período.

Discrepância que exige explicações

A diferença absurda nos valores acendeu um sinal de alerta entre os parlamentares e a população. A principal crítica recai sobre a falta de transparência no contrato e ausência de justificativas técnicas para o valor desembolsado.

“Como é que uma cidade pequena como a nossa gasta R$ 27 mil em um único mês para trocar lâmpadas, enquanto cidades do mesmo porte pagam esse valor para o ano inteiro?”, questiona um vereador da oposição.

Até o momento, a Prefeitura de Goiandira não apresentou documentos públicos que comprovem a urgência, a escala do serviço ou a regularidade da contratação. Também não há informações disponíveis no Portal da Transparência sobre o processo licitatório.

Especialistas veem incoerência

Engenheiros e analistas de gestão pública consultados pela reportagem classificam o valor como incompatível com a prática de mercado. Segundo eles, mesmo considerando que o serviço inclua logística e mão de obra, não há parâmetro técnico que justifique um custo mensal tão elevado.

“Para que o gasto de R$ 27 mil se justificasse, seria necessário um volume de serviço extremamente alto ou condições especiais, como atendimento em áreas de difícil acesso. Sem esse detalhamento, o valor parece inflado”, explicou um consultor em obras públicas.

Comparativo de valores expõe a distorção

Veja o comparativo direto entre os municípios:

A tabela demonstra com clareza a desproporcionalidade no uso dos recursos em Goiandira.

Repercussão e cobrança por apuração

Nas redes sociais, moradores têm cobrado explicações da gestão municipal e exigem que os vereadores fiscalizem o contrato. Líderes políticos já sinalizam a intenção de acionar o Ministério Público para apurar possíveis irregularidades ou superfaturamento.

A oposição avalia ainda a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal, com o objetivo de investigar não apenas esse contrato, mas outros possíveis gastos incompatíveis com a realidade orçamentária do município.

Conclusão: falta transparência e controle

O episódio reforça críticas à gestão de Goiandira sobre a falta de planejamento, economicidade e transparência nas contratações públicas. Com a crescente insatisfação da população e o desgaste da imagem política do Executivo, a administração municipal entra em mais uma crise — agora cercada por suspeitas de má gestão dos recursos.

Enquanto isso, a população segue cobrando melhorias na iluminação pública e, principalmente, mais responsabilidade com o dinheiro dos contribuintes.