Goiandira Tênis Clube: um presente para a cidade ou uma fuga da realidade?
Tem coisas que mexem com a memória da gente. O Goiandira Tênis Clube (GTC) é uma delas. Quem viveu os tempos de ouro do clube sabe a importância que ele teve para a cidade. O prefeito, agora, assina um contrato de comodato de 25 anos, garantindo que o espaço possa receber investimentos e voltar a funcionar. Um marco? Sim. Mas um marco suficiente para desviar o olhar do que realmente importa?
Porque, sejamos sinceros, uma cidade não se administra só com nostalgia. O GTC fez parte da história de Goiandira, mas a Goiandira de hoje tem desafios muito maiores do que reabrir um clube. Tem hospitais precisando de melhorias. Tem uma economia fragilizada. E, principalmente, tem uma crise de COVID-19 se espalhando na região. Em Cumari, o prefeito já se pronunciou, alertou a população, demonstrou preocupação. E em Goiandira? Silêncio absoluto.
Ninguém é contra o GTC, mas a saúde vem primeiro
Dizer que questionar o prefeito é ser contra o GTC é uma visão rasa da situação. O clube tem seu valor, ninguém discute. O que se questiona aqui é a inversão de prioridades. Quando um gestor escolhe investir no lazer enquanto ignora uma crise de saúde, ele não está cuidando da cidade — está criando uma cortina de fumaça.
O que se esperava do prefeito, nesse momento, era liderança. Era estratégia. Era cuidado com a população. Mas, ao invés disso, o que se vê é uma gestão focada em eventos e celebrações, enquanto um problema muito mais sério avança sem qualquer resposta.
O perigo de governar com base em aplausos
É fácil investir em coisas que rendem foto, manchete e palmas. Reabrir um clube e organizar um carnaval fazem parte do pacote político que encanta no curto prazo. Mas governar não é só sobre agradar. É sobre tomar decisões difíceis. É sobre saber quando o momento exige mais do que festas e discursos bonitos.
O contrato do GTC vale até 2050. Mas será que até lá Goiandira terá resolvido seus problemas reais? Será que terá uma saúde pública forte? Será que terá uma gestão que encara crises de frente?
O prefeito mostrou que tem peito para reabrir o GTC. Mas e para enfrentar uma crise sanitária? E para tomar decisões impopulares, mas necessárias? A cidade precisa mais de fotos de inauguração ou de um governo que a proteja?
O tempo vai responder. E a história não perdoa escolhas erradas.