Golpe do Consignado: Polícia Civil Bate na Porta dos Suspeitos

Golpe do Consignado: Polícia Civil Bate na Porta dos Suspeitos

Duração:
15 minutos

Golpe do Consignado: Polícia Civil Bate na Porta dos Suspeitos e Operação Revela Esquema de Fraude em Goiandira

Funcionários públicos lesados, dinheiro desviado e um torniquete que aperta cada vez mais

A Polícia Civil de Goiandira não está para brincadeira. Nesta quinta-feira (13), os agentes saíram às ruas para cumprir mandados de prisão preventiva e busca domiciliar contra dois suspeitos que, segundo as investigações, transformaram o setor de empréstimos consignados da Prefeitura de Goiandira em um verdadeiro caça-níquel particular.

O Esquema: Como Tudo Funcionava?

A trama era digna de filme – só que sem vilão charmoso e final feliz para os bandidos. Funcionários públicos que precisavam de um empréstimo iam atrás do então chefe do RH, um servidor de 39 anos. E o que ele fazia? Em vez de ajudar, ele indicava um correspondente bancário “de confiança”, um homem de 43 anos que atuava em Catalão.

Chegando lá, os servidores recebiam a notícia: o empréstimo até saía, mas não de graça. Era preciso pagar uma "taxa" – só que essa taxa não existia de verdade. Pior ainda: muitos foram coagidos a entregar parte do valor do empréstimo, acreditando que, sem isso, o crédito não seria liberado. Golpe limpo, direto e sorrateiro.

E para onde ia o dinheiro? Parte ficava com o correspondente bancário e parte voltava para o chefe do RH. A investigação mostrou que, somente entre junho de 2022 e novembro de 2024, o ex-chefe do RH embolsou R$ 28.340 em “comissões”. Já o correspondente bancário? Levou pelo menos R$ 44.542 só das cinco vítimas identificadas até agora. E olha que esse número pode ser muito maior.

A Casa Caiu

Com as provas nas mãos – incluindo registros bancários, depoimentos das vítimas e a cara de pau dos suspeitos –, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva e busca domiciliar. O Ministério Público concordou, a Justiça autorizou e a polícia bateu na porta dos envolvidos.

Resultado? O correspondente bancário foi preso, enquanto o ex-chefe do RH recebeu medidas cautelares – ou seja, continua solto, mas com restrições. Além disso, os agentes apreenderam celulares, notebooks, documentos e até um carro VW Jetta, que pode ter sido comprado com dinheiro do golpe.

E Agora?

Os dois suspeitos vão responder pelos crimes de concussão (artigo 316 do Código Penal), estelionato (artigo 171) e ocultação de bens (Lei 9.613/98). As penas variam de 1 a 12 anos de prisão, além de até 10 anos pelo crime de lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil segue investigando e já deixou um recado claro: se tem mais gente envolvida, essa história ainda não acabou. E para quem caiu no golpe, a orientação é procurar a delegacia e denunciar. Afinal, quem pegou dinheiro dos servidores públicos pode ter que devolver – nem que seja na marra.