O JORNALISMO COMO ALERTA: QUANDO A VERDADE INCOMODA
No momento em que um veículo de imprensa cumpre seu papel de questionar e investigar, a resposta da autoridade não deveria ser um ataque, mas sim uma reflexão. A nota de repúdio da Secretaria Municipal de Educação de Goiandira contra o Jornal Venox não só tenta descredibilizar um trabalho jornalístico legítimo, como também levanta um alerta perigoso: por que tanto incômodo com a transparência?
A matéria "O Desamparo no Portão da Escola" trouxe à tona um problema real, vivenciado por uma mãe que não encontrou seu filho onde deveria. Isso é fato. Não é invenção, não é exagero. A resposta da secretaria tenta minimizar a gravidade do ocorrido, tratando como "falta de comunicação entre famílias amigas", mas a pergunta continua no ar: como uma criança sai da escola sem um controle rigoroso? Que garantias os pais têm de que isso não se repetirá?
O papel da imprensa é levantar questionamentos. E quando um órgão público reage com indignação em vez de com soluções, isso deve preocupar. A acusação de "alarmismo injustificado" apenas demonstra o desconforto da gestão com a exposição de uma falha. Se a segurança das crianças estivesse realmente sob controle, não haveria motivo para preocupação com uma simples reportagem.
A tentativa de desqualificar o Jornal Venox ao criticar a escolha de uma imagem mostra o quão frágil é a defesa apresentada. O essencial não está em uma foto, mas na realidade do ocorrido. A imprensa não está aqui para agradar a prefeitura, mas para dar voz à sociedade. E se essa voz incomoda, é porque algo precisa ser revisto.
Que a Secretaria de Educação não perca tempo atacando jornalistas e passe a investir tempo garantindo que situações como essa não se repitam. Porque, no fim das contas, o que os pais querem não é nota de repúdio. É segurança para seus filhos.
Jornal Venox – O compromisso com a verdade incomoda, mas não se cala.