Prefeitura de Goiandira prepara pregão milionário para manutenção de veículos: só parte elétrica ultrapassa R$ 1,2 milhão
A Prefeitura de Goiandira publicou o edital do Pregão Eletrônico nº 007/2025, que prevê a contratação de serviços de manutenção em veículos leves, médios, pesados e máquinas pertencentes à frota do município. O valor total estimado do contrato é de impressionantes R$ 3.625.005,55, equivalente a mais de 10% da arrecadação anual prevista para 2025, que gira em torno de R$ 30 milhões.
No entanto, o que mais chama atenção — e causa indignação entre moradores — é o valor destinado apenas à parte elétrica dos veículos. Somando os itens relacionados à parte elétrica de veículos leves, médios, pesados e máquinas, o valor ultrapassa os R$ 1.245.000,00:
“Três milhões com reforma de veículos velhos!”, desabafou um morador em grupo de mensagens. Outro ironizou: “Serviço elétrico das máquinas pesadas a R$ 185 mil? Chicote vai no máximo uns 10 fios!”.
Além disso, comparações feitas por populares mostram que o serviço mecânico, geralmente mais complexo e demorado, está sendo orçado bem abaixo do valor da parte elétrica — algo que soa contraditório, especialmente diante de uma frota antiga e com histórico de sucateamento.
E a Fiat Toro doada por emenda parlamentar?
Outro ponto que levantou questionamentos é a ausência da Fiat Toro zero km, adquirida via emenda parlamentar da deputada federal Flávia Morais entre 2021 e 2022, no valor de R$ 198 mil. Segundo moradores, o veículo foi destinado ao município para reforçar a estrutura de transporte, mas não aparece listado no pregão eletrônico.
Mais grave ainda é a informação de que a Fiat Toro pode estar sendo preparada para leilão, mesmo com a Prefeitura anunciando gastos milionários para manter veículos antigos em funcionamento. “Se vão gastar tudo isso com manutenção, por que não incluir a Toro no contrato?”, questiona um morador. Outros veículos como o Chevrolet Cruze, que ainda está em uso, também estariam prestes a ser enviados para conserto ou leilão.
Falta de planejamento ou gasto irresponsável?
O edital ainda traz a justificativa de que a contratação se destina à manutenção de veículos da Prefeitura, mas não especifica claramente quais veículos estão em atividade, quais serão desativados, e quais critérios técnicos foram utilizados para justificar os altos valores.
A situação levanta a suspeita de gastos sem planejamento adequado, priorizando reformas dispendiosas em veículos possivelmente obsoletos e ignorando patrimônios recentes e funcionais como a Fiat Toro.
População cobra transparência
Com o valor total do contrato representando uma fatia significativa do orçamento municipal, a cobrança agora é por transparência, responsabilidade e fiscalização. A Câmara de Vereadores, o Ministério Público e os órgãos de controle precisam acompanhar de perto a execução deste contrato, garantindo que o dinheiro público esteja realmente sendo usado em benefício da população.
Enquanto isso, os moradores seguem se perguntando: vale mesmo a pena gastar milhões em reformas de veículos antigos, enquanto veículos novos podem estar sendo descartados?