PROMESSAS, IMPROVISO E FÉ: A gestão confusa do prefeito Alisson em Goiandira exposta em discurso sobre o Parque dos Ipês
Por Redação | 12 de abril de 2025
Em mais uma tentativa de mostrar trabalho à população de Goiandira, o prefeito Alisson apareceu em um vídeo gravado no Parque dos Ipês para anunciar ações de limpeza e prometer projetos de revitalização. Contudo, o que era para ser uma prestação de contas transformou-se em um retrato claro dos desvios, improvisos e falta de planejamento da gestão municipal.
Ao longo dos quase cinco minutos de fala, o prefeito mistura agradecimentos a voluntários com justificativas esotéricas para decisões técnicas e confissões de erros crassos de administrações anteriores – sem oferecer soluções concretas, prazos definidos ou planos detalhados.
Erros antigos, promessas vagas
“Foi investido muito dinheiro público aqui”, diz o prefeito, reconhecendo o valor financeiro aplicado no Parque dos Ipês, mas sem explicar onde, quando ou em quê. O prefeito também admite falhas graves como o plantio incorreto de árvores que, segundo ele, não cresceram após uma década. Ao invés de apontar responsáveis técnicos ou apresentar uma correção estratégica, ele promete simplesmente replantar tudo de novo, de forma “ordenada e correta”, sem fornecer critérios técnicos para isso.
Além disso, fala-se em “campinhos de areia”, “troca de iluminação” e ligação entre bairros como promessas futuras, sempre acompanhadas de expressões vagas como "logo, logo" e "vamos estar fazendo".
Improviso institucionalizado
A narrativa de Alisson demonstra uma clara falta de organização e planejamento. A suposta limpeza “tradicional” no parque é descrita com tom de urgência, com voluntários que “anteciparam” a ação e uma equipe envolvida sem qualquer cronograma divulgado. O vídeo dá a sensação de um mutirão improvisado, não de uma gestão organizada.
Além disso, ações como troca de iluminação e arborização são anunciadas sem licitação, estudo técnico ou qualquer documento oficial, o que levanta dúvidas sobre a legalidade e a viabilidade dessas promessas.
Decisões técnicas justificadas com religião
Um dos trechos mais controversos do vídeo é quando o prefeito afirma que “Deus pediu” para arrancar duas árvores em frente à Secretaria de Saúde. Ele reforça que a decisão foi correta porque, por coincidência, as árvores estavam sobre adutoras da rede de esgoto.
Utilizar a fé como justificativa para decisões administrativas é, no mínimo, imprudente. A remoção de vegetação urbana deve seguir critérios técnicos, ambientais e legais – não crenças pessoais ou alegações místicas. A gestão pública exige responsabilidade técnica, não revelações espirituais.
Política ambiental contraditória
A fala de Alisson também denuncia a intenção de remover árvores que “atrapalham a iluminação pública”, em parceria com a Equatorial. Isso inclui retirar todas as árvores que estiverem abaixo da rede elétrica, mesmo que sem menção a estudos de impacto ambiental ou medidas de compensação aprovadas por órgãos competentes.
A promessa de plantar três árvores para cada uma removida é bonita no papel, mas soa como um cálculo simbólico e sem lastro técnico. Ainda mais considerando que, segundo o próprio prefeito, os plantios anteriores foram malfeitos e não tiveram acompanhamento adequado.
Conclusão: uma gestão perdida entre promessas e improvisos
O vídeo do prefeito Alisson escancara uma gestão pública marcada por promessas genéricas, decisões improvisadas e justificativas frágeis, muitas delas sustentadas na fé pessoal ao invés de dados, planejamento ou responsabilidade técnica.
Embora o cuidado com o Parque dos Ipês seja bem-vindo, Goiandira precisa de uma liderança que trate seus espaços públicos com seriedade e competência, e não com improviso, devaneios místicos e ações desconexas.
Enquanto isso, a cidade segue à espera das obras prometidas, da transparência nos investimentos e de uma administração que fale menos em “logo, logo” – e entregue mais aqui e agora.