Questionamentos sobre a Nova Compra Milionária da Prefeitura de Goiandira: Para Onde Está Indo Tudo Isso?
Depois dos carros, agora areia e brita: quase R$ 1 milhão em materiais de construção. Mas para quê, exatamente?
A Prefeitura Municipal de Goiandira voltou a movimentar cifras robustas em novos processos licitatórios. Após a polemica pegão para manutenção da frota dos carros de Goiandira, que ainda gera debates nas ruas e redes sociais sobre sua real necessidade – agora a administração municipal chama atenção por outro gasto expressivo: a aquisição de R$ 972.036,00 em areia e brita, através do Pregão Eletrônico SRP nº 010/2025.
Segundo o edital publicado, o objetivo é “a manutenção das atividades dos diversos órgãos e secretarias do município”. Mas a pergunta que fica no ar é: para onde vai todo esse material?
A licitação prevê a aquisição de 650 m³ ou toneladas por tipo de areia ou brita – totalizando mais de 9 mil unidades entre m³ e toneladas. Os itens vão desde areia fina, grossa e média até britas de diferentes granulometrias (0, 1, 2 e 3/4). As entregas incluem tanto materiais transportados pela contratada quanto retirados pela própria Prefeitura, em depósitos num raio de 30 km.
É difícil não estranhar uma compra tão ampla e diversificada de agregados minerais, principalmente para uma cidade de pequeno porte como Goiandira. Há obras em andamento que justificariam essa escala? Há projetos estruturais de grande porte sendo executados? E se sim, por que isso não foi amplamente divulgado à população?
Transparência e comunicação: onde estão?
O edital não especifica qual secretaria utilizará cada tipo de material, nem detalha os projetos que exigiriam esse volume. A ausência de um planejamento visível, de um cronograma de obras ou de uma justificativa técnica detalhada levanta dúvidas legítimas sobre a real necessidade e, principalmente, sobre a destinação final desses insumos.
Além disso, a própria comunidade tem cobrado mais explicações sobre os gastos recentes da Prefeitura. Após a do pregão eletrônico milionário para manutenção da frota dos carros com valor de mais de R$ 3.000.00,00 no início da semana o novo pregão eleva ainda mais os questionamentos: estamos assistindo a uma administração preocupada com prioridades ou com consumo?
A compra de areia e brita não é, por si só, algo problemático. São insumos essenciais para manutenção urbana e obras públicas. No entanto, o que chama a atenção aqui é o volume gigantesco frente à ausência de grandes frentes de obra ativas ou anunciadas.
Enquanto isso, moradores relatam problemas crônicos nas ruas esburacadas, escolas com infraestrutura precária e unidades de saúde que carecem de equipamentos básicos. Se há recursos disponíveis, por que a prioridade está sendo areia e brita — e não as demandas mais urgentes da população?
Outro ponto que preocupa é a fiscalização da execução e do uso desses materiais. A Prefeitura fará o controle preciso sobre o recebimento e a aplicação de cada carga de areia e brita? A população terá acesso às informações em tempo real sobre as obras que utilizarão esses recursos? Sem transparência, o risco de desperdício ou mau uso do dinheiro público cresce — e a desconfiança também.
A licitação de quase R$ 1 milhão em materiais de construção, somada a compras anteriores já questionadas pela população, exige uma resposta clara da administração municipal de Goiandira. O povo quer saber: para onde está indo o dinheiro público? Qual o real destino de tanta areia e brita? O que está sendo construído, reformado ou mantido com esse volume de material?
É preciso que a gestão municipal entenda: governar é também comunicar, prestar contas, e acima de tudo, respeitar as prioridades reais de quem vive a cidade no dia a dia.
Os contribuintes merecem mais do que números: merecem respostas.