Veículo da Saúde comprado com emenda em 2024 já está com motor fundido — e fora do Portal da Transparência
A população de Goiandira se depara com mais um caso revoltante envolvendo a má gestão do dinheiro público. Um veículo Fiat Toro, adquirido pela Prefeitura Municipal em 2024 por meio de emenda parlamentar e destinado à Secretaria Municipal de Saúde, encontra-se com o motor fundido menos de um ano após sua compra. O motivo? Falta de manutenção e ausência de revisões obrigatórias. O veículo, que deveria estar servindo à população em atendimentos e deslocamentos de saúde, está agora sendo cogitado para leilão.
Mais alarmante que o estado do veículo é a postura da gestão municipal: ao invés de responsabilizar-se pela má utilização, prefere simplesmente se desfazer do patrimônio público. E esse caso não é único. Outros veículos da frota de Goiandira também se encontram abandonados, parados por mal uso, sucateados sem qualquer perspectiva de recuperação. A lógica é perversa e recorrente: estragou, encosta. Estragou, vende. E depois corre-se atrás de novas emendas para comprar mais, como se os recursos fossem infinitos e como se o dinheiro público não tivesse valor.
Mas o desrespeito vai além da má gestão da frota. Uma rápida consulta ao Portal da Transparência revela algo ainda mais grave: tanto a Fiat Toro quanto um Fiat Siena, que também integra a frota municipal, simplesmente não constam como patrimônio público no sistema. A pergunta que fica é simples e direta: por que dois veículos públicos não estão registrados no portal? O que a Prefeitura está tentando esconder? Onde está a transparência com o que é do povo?
A omissão de bens públicos no Portal da Transparência compromete não só a credibilidade da gestão, mas fere diretamente a Lei de Acesso à Informação e os princípios constitucionais da administração pública. Não é só falta de cuidado com os veículos. É falta de respeito com o cidadão.
A atual gestão precisa parar de agir como se Goiandira fosse uma garagem improvisada, onde se usa o carro até quebrar para depois simplesmente se desfazer dele. É preciso mudar essa cultura de desperdício e implementar uma política séria de gestão de frota, com manutenção preventiva, responsabilidade e compromisso com o bem público.
E acima de tudo, é urgente restabelecer a transparência. O povo tem o direito de saber onde está cada centavo dos seus impostos — e cada bem que foi comprado com esse dinheiro.
Enquanto isso não for resolvido, a sensação é de que, em Goiandira, governar virou sinônimo de desperdiçar. E isso, definitivamente, a população não pode mais aceitar.