Vereadores de Goiandira cobram planejamento e transparência nas festividades do município
A sessão da Câmara Municipal de Goiandira encerrou com um debate direto, sem rodeios, sobre a organização das festividades no município. O foco foi a necessidade urgente de um calendário anual de eventos, que evite sobreposições e desorganização, além de uma fiscalização eficiente por parte do Executivo.
Os vereadores alertaram para o problema recorrente da falta de sincronia entre os eventos realizados na cidade. O presidente da Câmara, professor Holmes, destacou que “se tivesse organização, não precisaria de requerimento”. Ele defendeu que o calendário festivo seja definido com um ano de antecedência, permitindo que eventos como encontros de veículos antigos, passeios ciclísticos e festas juninas não ocorram simultaneamente, prejudicando público e organização.
Outro ponto levantado foi a necessidade de cumprimento das leis municipais, como a proibição da soltura de fogos de artifício, decisão imposta pelo Ministério Público. Também houve críticas à falta de fiscalização quanto ao som alto durante as festividades. A proposta é que o Código de Posturas do Município atue de forma efetiva para garantir que os eventos respeitem a legislação e o sossego público.
Durante a discussão, o vereador Marcelo Ferreira expôs o baixo apoio da Prefeitura ao evento ciclístico promovido no município. “Quero agradecer à Prefeitura pelos R$ 400,00 que deu de fruta... O pedido nosso foi só R$ 3 mil para pagar as medalhas. Não quis. Aí vai lá, dá R$ 400 e fala que apoia o esporte. Isso aí que eu não entendo”, afirmou, demonstrando indignação. A fala reforçou a percepção de que há falta de prioridade e comprometimento com o esporte local.
Marcelo e outros vereadores propuseram que o município adquira estrutura própria, como palco e equipamentos de som, para reduzir os gastos com aluguel em eventos. O vereador Pedro Augusto destacou que, apenas com essa medida, o município poderia economizar cerca de R$ 1 milhão por ano. “Será que ele quer uma coisa dessa? Jamais. Porque é lá que ele lava o dinheiro”, afirmou, acusando o Executivo de usar os eventos como meio de desvio de recursos.
Apesar de reconhecerem a importância do lazer para a economia local e bem-estar da população, os vereadores reforçaram que a saúde deve ser prioridade absoluta. “Você olha a situação da saúde, não tem condição de fazer uma tomografia, um canal no dente. Isso é muito errado”, disse Marcelo, apontando a incoerência entre os altos gastos em festas e a carência na saúde pública.
Os vereadores também reconheceram os pontos positivos. O evento de motos e o passeio ciclístico foram elogiados pela movimentação econômica que geraram no comércio local. Antônio Raimundo ressaltou a presença de ciclistas até de outros estados e a ausência de infraestrutura de hospedagem como ponto crítico. “Pessoas de 70 anos saíram de Goiânia até Araguari e não dormiram em Goiandira porque não tem hotel”, lamentou.
O requerimento para a criação do calendário anual de festas foi aprovado por unanimidade. Todos os vereadores, incluindo Clarice, Joana e Anderson, declararam voto favorável. A cobrança agora é por mais planejamento, respeito ao dinheiro público e compromisso com as reais necessidades da população.
Resumo executivo:
Goiandira precisa, sim, de festa — mas precisa ainda mais de respeito, gestão responsável e prioridade para quem mais precisa.