Veto à transformação de escola em unidade militar expõe dilemas de Goiandira
O veto integral do governador Ronaldo Caiado ao projeto de lei que propunha a transformação do Colégio Estadual Amélia de Castro Lima em uma unidade do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) gerou inquietação em Goiandira. A decisão, respaldada pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), trouxe à tona questões fundamentais sobre o futuro da educação na cidade.
A proposta, defendida pelo deputado Issy Quinan (MDB), visava criar o primeiro colégio militar em Goiandira. Contudo, o parecer contrário da Seduc foi categórico: o município não atende aos requisitos básicos para a instalação de uma unidade militar. Com apenas uma escola estadual em operação, não há possibilidade de resguardar o direito de escolha dos alunos que preferem estudar em um modelo de ensino não militar. Além disso, foi destacado que a implantação de uma unidade militar exige recursos orçamentários que, no momento, não estão disponíveis.
Para além dos argumentos técnicos, o veto coloca Goiandira em uma posição delicada. A ameaça do fechamento do Colégio Estadual Amélia de Castro Lima, caso o número de alunos continue diminuindo, não pode ser ignorada. O crescimento da demanda por vagas no Colégio Militar de Catalão tem atraído estudantes da região, esvaziando gradualmente as salas de aula do Amélia de Castro. A consequência é clara: com uma redução expressiva no número de matrículas, a continuidade da escola pode ser comprometida.
Essa situação levanta pontos negativos preocupantes para o futuro educacional e social de Goiandira:
Enquanto isso, o veto segue para análise na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa. O debate, no entanto, precisa ir além dos gabinetes e chegar à população de Goiandira. Mais do que a discussão sobre o modelo militar, é necessário refletir sobre o futuro educacional da cidade e como evitar que a única escola estadual desapareça por falta de alunos e de investimentos.
Goiandira enfrenta um dilema que não se limita à educação. É um reflexo das escolhas feitas – ou não feitas – pelos gestores públicos. O que está em jogo não é apenas a transformação de uma escola, mas o futuro de toda uma geração de jovens. E esse é um preço que a cidade não pode se dar ao luxo de pagar.