Violência, descaso e insatisfação: o relato de pais sobre a situação no Colégio Dom Emanuel

Violência, descaso e insatisfação: o relato de pais sobre a situação no Colégio Dom Emanuel

Duração:
15 minutos

Violência, descaso e insatisfação: o relato de pais sobre a situação no Colégio Dom Emanuel


A segurança e o ambiente escolar do Colégio Dom Emanuel, em Goiandira (GO), estão em evidência após relatos de pais sobre episódios de violência e falta de providências por parte da administração. No ano passado, um caso de agressão entre alunas gerou revolta e questionamentos sobre a postura da direção e coordenação da escola.


O caso de agressão


Segundo a mãe da vítima, sua filha foi agredida fisicamente por outra estudante dentro do colégio. A agressora puxou os cabelos da menina, jogou-a no chão e desferiu vários socos contra sua cabeça, enquanto outros alunos apenas assistiam e gravavam a cena.


A família soube do ocorrido porque a própria vítima ligou para o pai, que foi imediatamente à escola. O choque maior veio quando perceberam que a escola não havia tomado nenhuma iniciativa para informar a família ou resolver a situação. "A direção da escola, em nenhum momento, entrou em contato conosco. Foi a nossa filha quem nos ligou", afirmou a mãe.


Ação judicial e silêncio da escola


Após o incidente, os pais da vítima registraram um boletim de ocorrência e acionaram o Conselho Tutelar. O caso está sob responsabilidade da Justiça, mas a indignação persiste, e a coordenadora agiu como se fosse algo banal, passando a mão na cabeça da agressora", relatou a mãe.


A aluna que gravou a agressão também não foi convocada para prestar esclarecimentos, assim como seus pais. O vídeo, que está em posse da família da vítima, não foi divulgado para preservar a identidade da menina, mas, segundo a mãe, os envolvidos deveriam ser responsabilizados.


Outros relatos e um padrão preocupante


O caso trouxe à tona uma série de outros relatos de violência e negligência no colégio. Pais relatam que situações como bullying, ameaças e agressões são comuns, mas não recebem a atenção necessária. Uma mãe contou que sua filha foi alvo de humilhações graves, incluindo terem urinado em sua garrafa de água, mas a escola não tomou medidas. "Minha filha sofreu ameaças, empurrões e até por torcer para outro time foi perseguida. Fui atrás, mas nada foi feito", lamentou.


A perda de confiança na escola


A insatisfação com o Colégio Dom Emanuel é evidente. Muitos pais mencionaram que os alunos preferem estudar em escolas de outras cidades, como Catalão, ou tentam evitar ao máximo serem matriculados lá. "Não é à toa que, quando chegam à sexta série, muitos não querem mais ir para o colégio. Eu mesma fico com medo, porque minha filha vai para lá no próximo ano", desabafou uma mãe.


A importância da escola para a comunidade


Apesar da revolta, há um apelo para que a escola não seja fechada, mas transformada em um ambiente seguro e disciplinado. Muitos pais destacam que a escola é essencial para a comunidade de Goiandira, especialmente para famílias que não têm condições de levar seus filhos para estudar em outras cidades.


"Torço para que a direção seja trocada e que a escola volte a ser um lugar de aprendizado e respeito. Não queremos que ela feche, mas que tome atitudes firmes para resolver os problemas", enfatizou uma mãe.


Comparações com escolas militares


O episódio também reacendeu a discussão sobre o modelo de gestão escolar. Muitos pais compararam o Colégio Dom Emanuel com escolas militares, reconhecidas pela rigidez e eficiência na resolução de conflitos. "Se fosse em uma escola militar, tanto a agressora quanto quem gravou o vídeo seriam expulsos. Lá, as regras são claras", disse um pai.


Reflexão e cobrança por mudanças


O caso expõe a necessidade de mudanças urgentes na gestão do Colégio Dom Emanuel. Os relatos de pais e alunos apontam para uma ausência de políticas eficazes para lidar com a violência e garantir um ambiente seguro.


O descaso em comunicar os pais, a aparente leniência com os agressores e a falta de ações preventivas são questões que precisam ser enfrentadas com seriedade pela administração da escola e pelo poder público.


Enquanto isso, pais e alunos continuam na luta por justiça e segurança. O futuro do colégio depende de uma mudança de postura e da valorização do diálogo com a comunidade escolar. É essencial que a escola recupere a confiança perdida e volte a ser um espaço de ensino e respeito para todos.